Sunday 22 September 2013

Saudações!

Saudações!

Esta é minha primeira postagem no blog Disco-berta. A intenção desse blog é apresentar bandas através de uma breve resenha de algum disco de sua carreira, mas ir um pouco além disso: contextualizar o leitor na cena musical da época do disco, assim como o contexto dentro da discografia da banda, para assim podermos analisar de uma forma abrangente o tipo de música que encontramos dentro da obra de arte. Isso tudo expressando minha opinião, sem generalizações, sem rótulos, simplesmente um texto para despertar a curiosidade do leitor pela banda/disco e consequentemente para a música como um todo.

 Com o grande acesso a mídia musical que se tem hoje com a internet, muitas pessoas perderam o hábito de conhecer o artista e, quando aponto esse desconhecimento, refiro-me ao desconhecimento da obra do artista em si. Qual é a obra de arte, o quadro, a escultura, a expressão de uma banda? Sem dúvidas, abrange uma série de coisas, mas coloco aqui como o disco. Também chamado álbum, o disco simboliza o trabalho de dias, meses e por vezes anos de uma banda, assim como uma pintura e uma escultura. E o que isso significa? Tudo! Pode ser pela motivação comercial, espiritual, lisérgica, revolucionaria, ali está toda a expressão artística de um grupo de pessoas que, unidas, expressam sua vida, seus sentimentos, seus pensamentos, tudo canalizado em um conjunto de músicas, que varia até mesmo de uma música (como “A Passion Play”, de Jethro Tull), até por exemplo 28 músicas (“Scum”, do Napalm Death). Mesmo hoje em dia, com as mais diversas maneiras de se obter faixas separadas, os artistas ainda permanecem produzindo o formato “álbum”, mesmo que esse seja apenas distribuído digitalmente. Isso sinaliza a importância desse formato para a expressão do artista.
Mas já que o álbum geralmente reúne cerca de 12 músicas, porque não é melhor simplesmente ouvir uma coletânea da banda ou baixar cerca de 10 hits e assim dizer “eu conheço tal banda”? Porque você está simplesmente ignorando uma história de vida. Acontece que muitas vezes os hits de uma banda pertencem a uma fase da discografia que simplesmente não condiz com a identidade dela ou mesmo representa apenas um período curto de anos de carreira. Se você conhecer ouvir o Genesis de “Nursery Cryme” e ouvir o Genesis de “Invisible Touch” sem conhecer a história da banda e o contexto de cada um desses álbuns, você quase certamente dirá que são duas bandas diferentes. E pode ter certeza: se você for atrás dos hits do Genesis, você quase não ouvirá (isso se ouvir) músicas da era Peter Gabriel, e assim estará desprezando uma grande parte das obras primas dessa grandiosa banda.

O que quero dizer com tudo isso é que, hoje em dia, devido a promiscuidade de troca de informação e a rotina acelerada em que vivemos, o que acontece é que as pessoas simplesmente fazem o seguinte: ouve o nome do artista, baixa cerca de três ou quatro faixas, se achar interessante baixa mais algumas faixas, talvez um álbum ou uma coletânea e por ai fica. Quem vai um pouco mais longe baixa a discografia, ouve um disco ou outro quando está sentado no computador pra fazer outra atividade além de ouvir música e por ai fica também. Isso, na minha opinião, não é conhecer o artista. Numa era em que beira-se o fim da mídia física, onde artistas precisam fazer turnês imensas e ampliar seu merchandising para conseguir sobreviver, eu acredito que numa era como essa devemos tentar valorizar ao máximo sentimentalmente o que aquele artista faz. A arte só consegue ser compreendida através da contemplação, da análise do contexto social, da história de vida pessoal, do olhar profundo e crítico. Se você não pode comprar o disco do artista que você gosta, ao menos tente valoriza-lo, e entender o que se passa na cabeça daquele que está diante de você em um palco, ou nos seus ouvidos em momentos íntimos, ou aquele que alegra um dia triste nos primeiros acordes radiofônicos...

O que quero trazer aqui é justamente esse pedaço maior dos artistas que marcam minha vida. Essa é minha humilde retribuição a eles, e eu sinceramente espero que eu consiga espalhar um pouco todos esses bons sentimentos que eles me trouxeram a outras pessoas.

Um ótimo domingo a todos, e hoje mesmo tem a primeira postagem.

Abraços,


Augusto V. L.

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